Freud descreve que a experiência de satisfação produz uma associação entre ψ núcleo e uma imagem perceptiva (a imagem de desejo) e a informação de um movimento, ou seja, a informação da ação específica (a porção reflexa desta).
No "Projeto" o ego é apontado como sendo a totalidade das catexias ψ existentes em determinado momento, cumprindo diferenciar um componente permanente e outro mutável, a saber, a coisa (neurônio A) e seus predicados (catexia perceptal) respectivamente.
Através da ação específica ocorre
o alívio da tensão em ψ devido ás exigências da
vida (fome, sede, etc) que pressionam ψ. É com essa ação
específica realizada pelo cuidador (a) que surge a “experiência de satisfação” (Freud, 1895).
No sistema ψ, o ego enunciado por Sigmund Freud em seu
“Projeto” , dividido em ψ núcleo e ψ pallium, ocorrem três movimentos referentes à vivência de
satisfação.
Primeiro efetua-se uma descarga permanente e, assim, elimina-se a
urgência que causou desprazer em ω (Percepção/Consciência). Logo, produz-se no ψ pallium a
catexização de um ou vários neurônios que correspondem á percepção do objeto.
Por último, em outros pontos de ψ pallium, chegam ás
informações sobre a descarga do movimento reflexo liberado que se segue a ação
específica. Estabelece-se assim uma facilitação entre as catexias e os neurônios
nucleares (Freud, 1895).
Com o reaparecimento do estado de desejo, a catexia também passa para as
duas imagens-lembranças, reativando-as (Freud, 1895). A imagem mnêmica da
percepção é recatexizada, procurando estabelecer a situação da satisfação
original (Menegat, 1999).
A grande questão é quando a percepção não coincide com a
imagem-lembrança, ou seja, o objeto não é real, é apenas semelhante à
experiência de satisfação original.
O ego deve agora distinguir entre o que é percebido e o que é da ordem
das idéias, entre imagens lembranças e imagem percepção (Freud, 1895).
Deste modo surge o pensar em
Sigmund Freud, onde para descarregar essa energia o aparelho irá realizar um
processo para discernir ou distinguir a dessemelhança entre a R-L e a R-P nova
(ROZA, 2004).
Com isso, para Freud existem três
possibilidades.
1) A R-L e R-P coincidem
inteiramente.
2) A R-L e R-P coincidem apenas
parcialmente (mais comum).
3) A R-L e R-P não coincidem em nada.Neurose e Psicose
A meta de todos os processos de pensamento é produzir um estado de identidade (ROZA, 2004). Enquanto o neurótico realiza uma identidade de pensamento o psicótico almeja uma identidade de percepção, ou seja, a vivência original (da satisfação) e a conseqüente descarga. Assim, o psicótico depara-se com a tarefa de conseguir para si próprio percepções de um tipo que corresponda a nova realidade, e isso muito radicalmente efetua-se mediante a alucinação (Freud, 1924, p,207).
Estudar o "Projeto" entendendo os neurônios ali citados como sendo representações, é de suma importância para a abstração de um texto do quilate do "Projeto". A dica é lê-lo e reencontrá-lo mais a frente na obra Freudiana.
REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS
FREUD, S. O Projeto Para Uma Psicologia Científica. In: Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago, 1895.
Menegat, M. C. B. Os Caminhos da Formação do Processo de
Pensamento na Obra de Freud. Editora: Aletheia, 1999.
ROZA, G. Introdução à Metapsicologia Freudiana. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.
Por Demétrius Locks

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