domingo, 25 de setembro de 2011

A noção de IDENTIDADE em Freud

Por Demétrius Locks

            O anseio implica um estado de tensão no ego e, em conseqüência disso, a representação do objeto amado (a idéia de desejo) é catexizada. A experiência biológica nos ensina que essa idéia não deve ser tão intensamente catexizada a ponto de se confundir com uma percepção, e que sua descarga deve ser adiada até que da idéia partam indicações de qualidade que comprovem que a idéia agora é real, que é uma catexia perceptiva. Quando surge uma percepção idêntica ou semelhante à idéia, ela encontra seus neurônios pré-catexizados pelo desejo – quer dizer, todos ou parte deles já catexizados – na medida em que ambas coincidam. A diferença entre a idéia e a percepção recém-chegada dá orgigem, então, ao processo de pensamento, que chegará a seu fim quando se tiver encontrado uma via pela qual as catexias perceptuais supérfulas [isto é, indesejadas] se houverem convertido em catexias ideativas. Com isso se terá obtido a identidade (Freud, 1985, p. 416).
Por Demétrius Locks

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