André Green, na sua obra intitulada " Narcisismo de Vida/Narcisismo de Morte, discorre sobre o que é o desejo e nos brinda com a seguinte passagem:
O QUE É O DESEJO? Indo mais além das definições conhecidas que não retomaremos, diremos que o desejo é o movimento pelo qual o sujeito é descentrado, isto é, que a busca do objeto da satisfação, do objeto da falta, faz o sujeito viver a experiência de que seu centro não está mais nele mesmo, que está fora de si num objeto do qual está separado, ao qual tenta se reunir para reconstituir seu centro, por meio da unidade - identidade reencontrada - no bem-estar consecutivo à experiência de satisfação.
Bibliografia:
Green, A. Narcisismo de Vida/Narcisismo de Morte. São Paulo: Escuta Ed. 1988.
quinta-feira, 26 de março de 2015
sábado, 21 de março de 2015
domingo, 15 de março de 2015
Excertos de: Os Sofrimentos do Jovem Werther - J.W.Goethe
Mas também os adultos, como as crianças, caminham pela terra com um andar indeciso e, como elas - não sabendo de onde vem nem para onde vão - agem tão pouco visando um fim verdadeiro; e são, do mesmo modo, governados com biscoitos, doces e açoites.
Trata-se de algo em que ninguém, acredita, mas, para mim, é a verdade mais palpável e evidente.
Confesso-lhe com tranquilidade ( pois sei o que você me responderia ) que são mais felizes aqueles que, como as crianças, vivem despreocupadamente o cotidiano, levam suas bonecas para passear, vestem-nas, despem-nas, rondam, com um respeito enorme, o armário onde a mamãe trancou os doces e, quando conseguem a guloseima cobiçada, engolem-na avidamente, gritando: " Mais!...".
São criaturas felizes. E também são felizes os que dão nomes pomposos às suas ocupações frívolas, ou mesmo às suas paixões, e consideram-nas como obras de gigantes, empreendidas para a salvação e a prosperidade da sociedade humana.
Bem-venturados os que podem viver assim! Mas quem reconhece com humildade para onde as coisas se conduzem observa também como todo burguês feliz sabe transformar seu pequeno jardim em um paraíso; e vê com que ardor também o miserável prossegue em sua rota, suportando o peso do fardo, pois todos, em suma, aspiram igualmente a desfrutar, um minuto a mais, a luz do sol - quem observa tudo isso resta tranquilo e também feliz, porque compartilha a existência humana.
E, por mais limitados os seus poderes, traz sempre no coração o doce sentimento da liberdade e sabe que poderá deixar este cárcere quando quiser.
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